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-QUEM SOMOS-

A Confraria Nyx  nasceu em 14 de Dezembro de 2008 da Era Vulgar, sendo o fruto do trabalho solitário de um peregrino na Via Sinuosa.  A Nyx não é parte de nenhuma Ordem ou Seita e tão pouco se propõe a ensinar ou ser uma Escola de Magia; entretanto se revela como um espaço onde as viagens e mergulhos pelos caminhos da via noturna são profundos, operando assim, como um pacto de magia experimental que busca através da Verdade, Vícios e  Virtudes re-velar dentro de si mesmo aspectos dante esquecidos da bruxaria e feitiçaria "aborígine" das terras brasileiras .

 

O nome da Confraria se origina na Deusa Grega Nyx que é a personificação da noite, que desempenha um papel importante no "mito" como um dos primeiros seres da existência. Oriunda do Caos, a personificação da escuridão, Deusa dos segredos e mistérios noturnos, rainha dos astros da noite, era cultuada por bruxas e feiticeiras, que acreditavam que ela dava fertilidade a terra para brotar ervas e flores encantadas.

 

Assim sendo a Confraria Nyx acredita que tal como uma flor do lótus  cresce da escuridão do lodo rumo a superfície da água, abrindo sua flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram; do mesmo modo a mente,nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, transformando o poder obscuro e velado nas profundidades do vazio em puro néctar que irradia da consciência Iluminada, da incomparável jóia, da flor de lótus!

 

Assim, o arahant (santo) cresce além deste mundo e o ultrapassa. Apesar de suas raízes estarem na profundidade sombria deste mundo, sua cabeça está erguida na totalidade da luz. Ele é a síntese viva do mais profundo e do mais elevado, da escuridão e da luz, do material e do imaterial, das limitações da individualidade e da universalidade ilimitada, do formado e do sem forma, do Samsara e do Nirvana. Tomando como verdadeira tal analogia, acreditamos que se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profunda escondida na escuridão da terra (homem), a lótus não poderia se voltar em direção à luz; assim como se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido e preservado no estado de uma natureza humana ainda ignorante de sua essência mais profunda, nem mesmo num estado de Nirvana um Iluminado nunca poderia se erguer da escuridão do Samsara.

 

Portando aqui na Nyx vivemos e trabalhamos pela busca real da verdadeira natureza e essência do iniciado, através de sua morte e renascimento pela palavra e verbo que vão conjugando-se rumo à tudo que é belo e verdadeiro dentro deste novo ser que vai construindo-se e carregando consigo a sua própria verdade, alinhada por aquele instinto primeiro do "Libertar-se do cativeiro da ignorância" oriundo da Chama Negra de nosso Senhor e Deus; Exu Lúcifer. Buscamos de forma prática viver segundo um eleito pela verdade, que não pode esconder-se de si mesmo ou de sua natureza e essência, muito embora, no processo de sua iniciação tenha que por muitas vezes sabiamente escolher pântanos isolados, para que iluminado pelos raios do Sol Negro veja nascer e florescer sua beleza, conhecimento e sabedoria.

 

Aqui somos semeador, semente, o meio e finalmente a lótus. Somos Reis, senhores de nossa colheita, sabemos o que plantamos e por isso sabemos o que colhemos: as mais belas e negras flores! Em nossa mesa apenas semelhantes. Desta maneira trabalhamos e mantemos vivos em nós toda a benção e maldição que nos é legada pela Lei de Kimbanda.

 

A confraria Nyx é em verdade um caminhar noturno pela Via Sinistra da bruxaria e feitiçaria, valendo-se de variados "arquétipos"  do mito antigo, mergulhando em sua essência primitiva para então nascer como um rebento da noite, onde tudo se oculta e se revela, para re-velar o que nós mantém vivo, ou seja, Elas/Eles, Exus e Pombagiras, guardiões de nossas mentes e do desejo primitivo do re-ligare as origens de um estado original de liberdade e verdade!

-NOSSAS RAÍZES-

A origem da Kimbanda é Africana, seus primórdios estão estabelecidos na região do Congo, Angola e ex-Zaire, ali foi onde a tribo Bantú teve seus primeiros assentamentos.

 

Devemos falar de pelo menos 2 ou 3 etapas da Kimbanda. A primeira etapa desenvolvida em sua origem, uma segunda fase em que a tribo Bantu começa uma peregrinação a várias regiões da África e também têm contato com outras tribos e cultos e uma terceira fase para falar da kimbanda pós escravidão e um contexto afro brasileiro .

 

Na kimbanda ao contrário de Umbanda, que é uma doutrina religiosa ; os Bantú cultuam Nkisis ou Deidades “semelhantes” com os Orixás Yoruba. A kimbanda que hoje é conhecida nas  casas de culto fora de um solo Nkisi são chamadas de "Kalunga Ngombe" o que é aqui o primeiro termo relacionado com a nossa kimbanda atual.

 

Diferentemente do que muitos acreditam e propagam o termo Kalunga é de origem Bantú e não do português. Já que no português o termo cemitério se diz e se escreve cemitério. Uma das possíveis traduções do termo “Kalunga Ngombe” poderia ser o Senhor da Morte, porém não apenas relacionado com o que se conhece sobre ela, mas também com os atributos de Iku que se conhece a partir do povo Yoruba. Outro nome ainda atribuído à Kalunga Ngombe é “aquilo que come o Boi”, o que “Come à Tudo”.

 

Os Bantús acreditam na vida após a morte e que a comunicação com os espíritos ancestrais é de importância vital. Devemos aqui salientar que este padrão é comum em todas as tribos da África. O Culto à ancestralidade é para todos os dogmas africanos a base de sua própria cultura, não olham para frente sem olhar primeiro para o que existiu no passado.

 

Os Bantú acreditam em uma divindade semelhante a Esu (orisa), que se chama Aluvaia. Não tem sexo e se chama segundo as nações Bantú: Aluvaia, Nkuyu-unana, Jini, Chiruwi, Mangabangabana, Kitunusi.

 

As tribos de origem Bantú cultuam Nkisi e Npunpu, seus sacerdotes formam pequenos grupos reservados onde cultuam entidades de origem terrena como Aluvaia ( Senhor/Senhora dos princípios ligado aos Caminhos, ao Fogo, a Guerra), e também Kaviungo ( Senhor/Senhora da Morte, ligada as epidemias, desastres e ao final.

 

Estes sacerdotes são conhecidos como Tatá ou Nganga; o maior grau de elevação na hierarquia é o de Kimbanda que significa feiticeiro em Bantú. Os assentamentos são feitos diretamente na terra em montículos, utilizando sacrifício animal em adição à ervas e demais utensílios rituais. Seu símbolo de hierarquia é um bastão, quase sempre adornado com a cabeça do animal sacrificado em seu assentamento, os rituais na grande maioria se efetivam a noite por acreditarem que estas divindades representam a parte obscura da vida, do conceito, da matéria e do destino; ou seja, aquilo que se mantém oculto.

 

A origem da Kimbanda Bantú entre o oriente e o ocidente ficou maculada por conceitos nestes lugares a ela atribuídos, tais como o conceito de obscuridade ao lado místico da espiritualidade, o que se pode ver, no ocidente é a obscuridade que comumente se atribui a maldade, ao medo, etc; e não uma visão mística.

 

A utilização de atabaques e tambores é comum, assim como o uso do tabaco, bebidas destiladas e colares simbólicos.

 

Em sua segunda etapa com o descobrimento da América veio um excessivo contingente de escravos africanos, junto com eles sua religião, culto e fundamentos, que com o tempo cansados de tanto sofrimento, sacrifícios, dor e morte, começaram a utilizar os rituais notadamente telúricos a fim de conseguir sua liberdade tão esperada, foi assim que o homem africano se entregou a liturgias secretas para começar uma verdadeira Guerra Santa contra todos aqueles que o haviam tirado de suas terras para escravizar-los, não somente em seus corpos, mas também em suas almas pela contaminação da religião de seus senhores.

 

Os escravos foragido formavam pequenas aldeias escondidas na mata denominadas por eles como kilombos, ao qual o mais conhecido foi o kilombo dos palmares que era governado por Zumbí, um príncipe de origem Bantú, que carregava em sua essência o conhecimento dos antigos rituais de Aluvaia e Kiviungo, ele foi considerado pelos próprios escravos o responsável direto pelo abolição da escravatura, seguramente Zumbí dos palmares foi a imagem mas preciosa desta etapa.

-Exú & Pombagira-

Aluvaiá, Bombojira, Vangira (feminino), Pambu Njila.

O Exú de Kimbanda é uma força vibracional de poder totalmente neutro, chamado pelo Bantú de Aluvaia e Kaviungo, e pelos povos de Angola de Bombogiro. Exú é o princípio dinâmico de tudo que se fez massa física, é através de Exú que se permite a reestruturação energética, e assim como todos temos um orisa, também temos um Exú/Aluvaia, pois isto é a energia elementar que se encontra em tudo e em todos, é a formação, a transformação de tudo o que possui corpo e massa física. Na Lei de Kimbanda Exú/Aluvaia responde de duas formas, enquanto masculina adota o nome de Exú e como feminina adota o nome de Pombagira, sendo este uma deformação da palavra original Bombogiro de Angola.

 

Exú é o responsável de dar início, encaminhar e finalizar tudo à que se propõe o homem, através da lei da ação e reação ou o que preferimos definir como o princípio da causa e efeito; nos impulsionando ao cumprimento da ciclo da vida terrena, fazendo desta função a prioridade de sua existência, ele é o agente executor da justiça cósmica fazendo valer sua neutralidade para equilibrar o plano material, em sua existência estão fundidas a concepção de bem e mal, para além do bem e do mal.

 

A essência de Exú é formada por três corpos energéticos: o corpo Ígneo, o corpo Telúrico e o corpo Eólico.

 

1º-Energia Ígnea: É o corpo espiritual de Exú, seu poder interior, é através desta energia que se tem a possibilidade de destravar, levantar cargas, concentrar objetivos, irradiar energias etc.

 

2-Energia Telúrica: É a massa física da concepção energética de Exú, seria como o corpo material, é através desta energia que se encontra a consistência e a resistência necessária; é dos três corpos o único que tem base sólida, por mais que seja invisível ao olho humano, a energia telúrica confere à Exú o poder de controle sobre as coisas terrenas.

 

3-Energia Eólica: É através desta energia que Exú compõe seu corpo mental, sendo também responsável pelo movimento energético de cada Exú, fazendo que ele possa estar em lugares distintos ao mesmo tempo. A energia Eólica confere à Exú poder emanar sua essência para tudo e para o todo existente no meio material.

-Os Ciclos da Existência-  

Morte & Vida

I CICLO

1ºExu Maioral 

2º Pombagira Rainha da Noite

3ºExu Belzebu

4ºExu Rei das 7 encruzilhadas

São em verdade a base litúrgica e dinâmica da Kimbanda, eles formam o conjunto telúrico que respondem de forma visível e religiosa em todos as confrarias que trabalham com a Lei, são em uma de suas totalidades energias telúricas, ou seja; são e sempre serão Exú e Pombagira, não foram e nunca serão seres humanos, apesar de estarem ligados a estes pela essência divina humana (espírito) e também à 3 dos 4 elementos, a terra, o ar e o fogo, formando assim os dois grandes povos de Exú e Pombagira; a Encruzilhada e a Kalunga, símbolo do Princípio e do Fim. O 4º elemento a água é simbolizado neste ciclo do culto pelo Sangue (Manifestação-Manifestador) e também pela a Água da Vida ( Semên - Criação-Criador); formando assim a junção dos 4 elementos.  Vale observar que neste ciclo em especial, como tais energias não se encontram encarnadas ele Sangue/Semên, tem um valor de suma importância como elemento sacrifical, sendo este indispensável  na manifestação, transmutação ou ainda como um elo de ligação com os planos de existência mais "sutis" onde estes Reis e Rainha coexistem.

 

Vale ainda salientar que tais coroados e sua coroada tem a liberdade de circular por todos os planos de existência conhecidos e desconhecidos, pois como são oriundos do 1º ciclo tem a capacidade de coexistir em tudo o que existe como axioma universal e cósmico, tendo ainda a capacidade de criar e destruir a tudo e a todas as formas de existência manifesta ou imanifesta presente no  universo revelado e oculto.

Satanás lá no inferno
Não é homem nem mulher
Ele é seu Belzebu
O Diabo homem mulher

 

Satanás lá no inferno 
Não é Deus não é Diabo
Ele é perfeição no corpo uma mulher

 

Satanás lá no inferno
Não é Pai e nem padrasto
Ele é seu Lúcifer
O Maioral dos maiorais

 

Satanás lá no inferno
É o Rei dos coroados
Sua coroa ele não usa
Pois seu nome é Maioral.

A Rainha é a Noite

E a Noite é uma Mulher

Vôo lá do Paraíso

Pra um demonio se tornar

 

Olha ai Kimbanda

Olha ai Kimbanda

O Diabo é Mulher

Sua Rainha aqui pousou

 

Olha ai Kimbanda

Olha ai Kimbanda

O Diabo é Mulher

A Mulher de Lúcifer

II CICLO

O Segundo ciclo esta formado por energias vibracionais que se encontram no habitat natural onde se concentram estas energias na terra, são eles os encarregados da fiscalização geral dos 7 principais reinos de Exú na Terra, desde tudo que é depositado nestes lugares como também o que lhes é retirado, em verdade são eles encarregados da fiscalização de tudo o que ocorre, em todos os planos de influência e existência que contem seu mantra vibracional, nos caminhos, nas encruzilhadas, nas praças/mercados, nas estradas, nas montanhas, nas matas, nos rios/mares; enfim eles não somente fiscalizam a parte ritualística mas também tudo o que existe no mundo material.

+ENCRUZILHADA+

A Encruzilhada simboliza o princípio do todo, o ponto de partida e um mantra de energia que estabelece a continuidade de todo o material, é por isso onde tudo se inicia. A Encruzilhada é simbolizada pelo elemento fogo, seus assentamentos são realizados com pedra vulcânica. É através desta linha que se começa toda e qualquer cerimônia realizada em Kimbanda; sua representação primeira é a cruz de dois caminhos, formando 4 esquinas, porém esta linha também responde em todos os caminhos de forma geral.

 

A Encruzilhada é a formação de um todo que é terreno, os Bantús chamavam o Exú de Encruzilhada de Aluvaia, que são os Senhores de Ina, o Fogo.

 

Suas cores são o Roxo e o Negro. Seu símbolo principal é o tridente, seu plano de influência é a rua transversal. Seu dia da semana é segunda- feira. Suas bebidas são elaboradas por destilação.

 

A Falange da Encruzilhada é a encarregada da iniciação dinâmica de tudo o que existe no mundo material. São também os senhores do Princípio Ativo e Reativo, encarregados portanto na Kimbanda de transformar as oferendas, fazendo assim parte de todo e qualquer ritual, são sempre atendidos e servidos primeiro. São eles que capacitam as pessoas para fazer a transmutação para tornar possível ao princípio reativo qualquer objetivo.

REPRESENTAM A ENCRUZILHADA

 

1-Exu Rei das 7 Encruzilhadas  &  Pomba Gira Rainha das 7 Encruzilhadas.

2-Exu 7 Encruzilhadas  &  Pomba Gira 7 Encruzilhada

3-Exu Tranca Ruas  &  Pomba Gira Rosa Vermelha

4-Exu Tiriri  &  Pomba Gira Menina  

5-Exu Marabó  &  Pomba Gira do Cruzeiro

6-Exu Mangueira  &  Pomba Gira Cigana  

7-Exu 7 Da Lira  & Pomba Gira 7 Saias

-KALUNGA-

A linha da Kalunga representa o final, o termino de tudo, a concretização de tudo o que seja material, simboliza a morte física, e por conseqüência a continuidade espiritual, se a encruzilhada é a formação a kalunga é a transformação. Para os Bantu a kalunga seria a representação de Kaviungo, o Senhor da Terra “Baphomet”. Seus assentamentos são também feitos com pedras vulcânicas e madeiras petrificadas, simbolizam a transformação. Suas cores são o branco e o negro. Seus símbolos principais são a cruz e a foice. Seu plano de influência é o cemitério. Seu dia da semana é quarta-feira. Suas bebidas elaboradas por fermentação. É através desta linha que se culminam todos os rituais de Kimbanda.

 

Sua energia vibra em vários lugares porém seu mantra principal esta ligado ao cemitério, que é o lugar do fim de TODOS. E o lugar onde a energia deste final é mais expressiva. A falange da Kalunga tem o cargo de finalizar todos os rituais, praticados sobre a Lei de kimbamda; também responsável pela culminação etérea de todo o que é formado por massa física e pela transformação energética.

 

 

REPRESENTAM A KALUNGA

 

1-Exu Caveira /Pomba Gira Rosa Caveira  

2-Exu Kalunga / Maria Padilha

3-Exu Meia Noite / Pomba Gira Maria Mulambo

4-Exu Capa Preta / Pomba Gira 7 Katakumbas

5-Exu João Caveira / Pomba Gira Maria Quitéria

6-Exu Tatá Caveira / Pomba Gira Cigana das Almas

7-Exu Veludo / Pomba Gira Das Almas

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MORTE

Descendencia  &  Ancestralidade

Formando o equilíbrio da Lei de Kimbanda entre a Kalunga e a Encruzilhada, nasce uma sub linha chamada “povo das almas”  e que nada mais é que o movimento de uma linha sobre a outra, abrindo assim um portal no limiar entre a vida e a morte que  torna possível que a vida se alimente da morte e a morte se alimente da vida.

 

Na história da Humanidade, um dos acontecimentos mais antropomorfizados e cultuado foi a própria Morte. Assim como os espíritos de Exus, Exu Morte passou a ser visto como um “senhor dos caminhos”, uma entidade a quem se pede ajuda e proteção contra uma morte ruim. Os sincretismos realizados com cultos africanos, onde a presença do mistério da morte é constante e tem peso importante fizeram com que as oferendas concedidas a Exu Morte, Caveira, Calunga entre outros, também fossem utilizadas para o culto da Morte. 

 

O Caminho Sinuoso atribui ao Ceifador a identidade de Caim/Qayin, primeiro ser a derramar sangue humano, conforme narra a mitologia judaica (não apenas bíblica, mas também as tradições orais e apócrifos). Estes textos apócrifos citam que Qayin não seria filho legítimo de Adão, mas fruto da relação entre Eva e a Serpente, uma manifestação da Chama Negra pela primeira vez presente no homem.

 

Segundo a tradição folclórica, Qayin, ao ter sua oferenda recusada por IHWH enquanto Abel, seu irmão era elogiado, decide matá-lo. E para isso ele utiliza seu instrumento de colheita, provavelmente feito de um osso curvo de animal, uma forma de foice primitiva. Desta forma, o espírito da Chama Negra presente em Qayin destrói Abel, o corpo de barro, transcendendo os limites do Causal. Como primeiro assassino, ao enterrar seu irmão, ele se torna também o primeiro coveiro e Senhor da Primeira Sepultura.

 

Ao enterrar seu irmão, os deuses ctônicos acausais aceitam sua oferenda sangrenta. Diz-se que no local onde Abel foi enterrado, uma roseira escarlate brotou, sendo essas as flores sagradas a Qayin e no culto a Morte. A linhagem de Qayin ben Samael (Qayin,filho de Samael) manteve-se ao longo das histórias, passando por Nahemah (A adorável) e por Tubal-Caim, ferreiro de armas de caça e guerra, sendo a base da humanidade. Essa fundamentação explicita que existe uma elite de seres humanos descendes do Sangue do portador da foice e grande iniciador – e todos nós portamos em nosso interior a Chama Negra, dependendo de nossa própria escolha despertá-la e portá-la orgulhosamente, ou reprimi-la e nos manter como os outros cordeiros de argila.

 

Ainda segundo esta tradição, Qayin, após ser morto por seus descendentes (que o confundiram com um animal em meio a mata), recebe a transição da carne para o Caos como um portal para o próprio Sitra Ahra, assentando assim em seu trono, e se tornando Baaltzelmoth (Senhor da Sombra da Morte).

 

Dentro deste cunho exotérico, Qayin Rex Mortiis é coroado não apenas como o senhor dos caminhos, mas também como um iniciador na senda da Mão Esquerda. Mais que um protetor, o portador do ensinamento e da iluminação provenientes da Morte e um detentor dos segredos da Alquimia Luciferiana.

III CICLO

Os Exús de terceiro ciclo são em sua maioria espíritos elementais criados pelo feiticeiro kimbandeiro para tarefas específicas seja por designação do feiticeiro ou por ordem de um Exú de outro ciclo. Estes se encontram sujeitos a Lei de Kimbanda ou do kimbandeiro. A exceção a isto se da nos Kiumba, ou ainda espíritos desencarnados que estão também sujeitos a mesmas leis de kimbanda, muito embora para leigos possam apresentar um amplo aspecto de vampirismo aplicado.

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